A vesícula biliar é uma estrutura oca, em forma de pêra, localizada sob o fígado e ao lado direito do abdômen. Sua principal função é armazenar e concentrar a bile, uma enzima digestiva marrom-amarelada produzida pelo fígado, servindo como um reservatório para ela enquanto não está sendo usada para digestão.
Quando o alimento entra no duodeno, a porção inicial do intestino delgado, um hormônio chamado colecistocinina é liberado, sinalizando a vesícula biliar para contrair e secretar bile no órgão, a fim de auxiliar o processo digestivo ao quebrar as gorduras e ainda drenar resíduos do fígado para o duodeno.
O excesso de colesterol, bilirrubina ou sais biliares pode causar a formação de cálculos biliares – que são geralmente pequenos depósitos duros dentro da vesícula biliar, formados quando a bile armazenada cristaliza. Uma pessoa com cálculos biliares raramente sentirá qualquer sintoma até que eles atinjam certo tamanho ou se um deles obstruir os ductos biliares.
Os cálculos biliares podem ser tão pequenos quanto um grão de areia ou tão grandes quanto uma bola de golfe, mas apenas cerca de 20% dessas pedras causam problemas, de acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia. A remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia) é a maneira mais comum de tratar o problema.
Doenças que acometem a vesícula
A vesícula biliar pode ser acometida por várias doenças, como as seguintes:
- Colecistite: causada por cálculos biliares que obstruem os ductos para o intestino delgado. Além da dor abdominal direita superior, a colecistite acarreta uma variedade de sintomas, incluindo febre, dor quando a área abdominal é examinada, náusea e vômito. O tratamento depende da gravidade dos sintomas e pode incluir repouso e uso de antibióticos. Entretanto, em casos graves, a cirurgia é o tratamento definitivo.
- Colecistite calculosa: é o tipo mais comum da doença, respondendo por cerca de 95% dos casos, e acontece quando o ducto fica bloqueado especificamente por um cálculo biliar ou por um tipo de bile chamado lama biliar. Após várias crises de dor, pode ocorrer a colecistite crônica. Isso envolve o encolhimento e a perda de função da vesícula biliar.
- Colecistite acalculosa: ocorre sem a presença de cálculos biliares. Nesse problema, que acomete com frequência pacientes que sofrem de outras doenças graves, os músculos da vesícula biliar não funcionam corretamente.
- Colangite: inflamação no ducto biliar, normalmente causada por cálculos biliares se alojando nessa estrutura. No entanto, a condição também pode ser causada por infecções bacterianas ou bloqueios causados por procedimentos médicos e tumores.
- Câncer de vesícula biliar: é relativamente raro e pode ser difícil de diagnosticar, uma vez que seus sintomas são semelhantes aos de outras doenças que acometem o órgão (náuseas, vômitos, icterícia, febre).
- Pólipos da vesícula biliar: são lesões ou crescimentos na estrutura que são geralmente inofensivos e não manifestam sintomas. No entanto, eles podem ser um fator de risco para câncer.
- Gangrena: resulta do fluxo sanguíneo inadequado e pode se desenvolver na vesícula biliar se a colecistite aguda não for tratada. Os sintomas incluem: confusão, febre, gases nos tecidos abaixo da pele, mal-estar, pressão arterial baixa e dor persistente.
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