Apesar de ser um procedimento seguro e realizado todos os dias, receber uma indicação de endoscopia causa um certo receio na maioria das pessoas, principalmente devido a sedação. Entender como e por que ela é feita é uma boa forma de relaxar.
Aendoscopia digestiva alta é um exame capaz de diagnosticar várias doenças do aparelho digestivo, incluindo câncer em estágio inicial.
O exame permite a visualização do esôfago, do estômago e do duodeno (início do intestino delgado). Inclusive, muitas lesões são tratadas ou removidas na hora, evitando cirurgias futuras.
Como é a preparação para a endoscopia?
Na véspera do exame, é preciso fazer uma dieta leve, evitando ingerir alimentos de difícil digestão, como carne vermelha.
O jejum de alimentos sólidos deverá ser de 8 horas e o jejum de líquidos deverá ser de 3 a 4 horas.
Caso o estômago não esteja totalmente vazio, a visualização dos órgãos será comprometida e o paciente o risco de aspirar o conteúdo do estômago para o pulmão, gerando complicações.
É possível conversar com o médico antes do procedimento?
Ao chegar no hospital, a primeira etapa do exame é a entrevista. No decorrer dela, você pode tirar todas as suas dúvidas com o médico endoscopista e com o anestesista.
Também é preciso responder todas as perguntas direcionadas a você com precisão. Elas incluem:
- Período correto do jejum;
- Medicamentos que usa constantemente;
- Cirurgias prévias;
- Problemas de saúde;
- Alergias;
- Última refeição.
É extremamente importante para que o procedimento seja realizado com segurança que nenhum dado seja omitido.
A endoscopia é feita com sedação venosa?
Sim, pois é um procedimento muito desconfortável que causa náuseas.
Porém a sedação tem efeito pontual, dura somente o tempo necessário para execução do exame e, logo em seguida o paciente acorda.
Além disso, do início ao fim do procedimento, o paciente tem monitoramento cardíaco e fica ligado a uma fonte de oxigênio.
No entanto, também é possível realizar o exame sem sedativo, apenas com anestésico local na boca e na garganta. Ainda assim, o monitoramento das funções vitais é feito.
Como é feito o exame?
Após a sedação, o médico endoscopista introduz um tubo flexível muito fino, com luz e uma microcâmera na ponta (endoscópio) por meio da garganta, chegando até os órgãos do aparelho digestivo.
Tudo é observado pelo monitor de vídeo em tempo real.
Pode acontecer algum tipo de complicação durante o exame?
A endoscopia digestiva é muito segura e são bem raras as complicações.
Entretanto, pelo fato de envolver anestesia, há riscos cardiopulmonares, como paradas respiratórias, arritmias e reações anafiláticas.
Outros riscos envolvem sangramentos (após biópsia ou remoção de pólipos), perfuração e infeções causadas pela possível migração de bactérias do estômago para a corrente sanguínea.
Quais doenças o exame pode detectar?
O exame pode detectar várias doenças, mas as principais são: úlceras, gastrite, esofagites, tumores, refluxo gastroesofágico, duodenites, câncer de estômago, duodeno ou de esôfago.
Quanto tempo dura o exame?
Sendo uma endoscopia diagnóstica, é bem rápida: cerca de 10 a 15 minutos.
Já na endoscopia terapêutica, que exige algum tratamento — como a remoção de tumores ou pólipos — é difícil estimar um tempo exato, pois vai depender muito do tipo de lesão.
O que acontece após o procedimento?
A recomendação é de repouso por ao menos 30 minutos, até o paciente se recuperar dos efeitos da anestesia.
Depois disso, o paciente deve ingerir algo leve e ir para casa acompanhado, pois não é permitido dirigir.
Caso você sinta algum tipo de mal-estar acompanhado de vômito, febre e dores abdominais após a endoscopia, procure um pronto atendimento para avaliação.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!