A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo de peso e gordura corporal. Tal condição pode impactar fortemente na saúde, já que pessoas obesas apresentam maiores chances de apresentar comorbidades associadas, como:
- diabetes;
- hipertensão;
- colesterol alto;
- problemas cardiovasculares;
- alterações ósseas;
- depressão;
- disfunções renais;
- doenças hepáticas, entre outras doenças.
Para completar, a obesidade pode prejudicar a autoestima e o convívio social, daí a necessidade de tratá-la adequadamente.
Quando tratamentos conservadores não surtem o efeito esperado, como a implementação da prática regular de exercícios e mudanças alimentares, a cirurgia bariátrica entra em cena. Como esse tratamento é invasivo e desencadeia alterações radicais na vida do paciente, ele requer muita cautela, desde a indicação, até o pós-operatório.
Popularmente conhecida como redução de estômago, a bariátrica combina técnicas modernas e seguras, respaldadas cientificamente. Há basicamente quatro tipos de cirurgia de obesidade. São eles: gastroplastia em Y de Roux, banda gástrica, gastrectomia vertical e derivação bileopancreática. Leia o artigo e saiba mais sobre cada um dos procedimentos.
Tipos de cirurgia bariátrica
Gastroplastia em Y de Roux (GYR)
Chamada também de Bypass Gástrico, a técnica é capaz de reduzir a capacidade do estômago para 10%, restringindo a quantidade de alimento ingerido. Com a técnica, existe o desvio do conteúdo ingerido para o duodeno, primeira porção do intestino, até o jejuno, parte intermediária do órgão. Entre os efeitos da gastroplastia em Y de roux está a redução de grelina, hormônio responsável pelo controle da fome e saciedade. Com isso, o apetite diminui significativamente.
Banda gástrica ajustável
Essa segunda técnica consiste na inserção de um dispositivo de silicone na porção inicial do estômago. Tal prótese tem o formato de anel e possui a finalidade de restringir a ingestão de comida, bem como aumentar a saciedade. Entre as vantagens da cirurgia estão o fato de ser reversível e pouco invasiva. Além disso, é preciso destacar a rapidez no procedimento, tempo reduzido de internação e recuperação menos dolorosa.
Gastrectomia vertical (GV)
A gastrectomia vertical é um procedimento cirúrgico que remove de 70 a 85% do estômago do paciente. Durante a cirurgia, o órgão é transformado em uma espécie de tubo estreito e, assim como no Bypass Gástrico, ocorre a diminuição de grelina. Cumpre ressaltar que, ao contrário do que muitos pensam, esse tipo de bariátrica não afeta a absorção de ferro, zinco, cálcio e vitaminas do complexo B.
Derivação Biliopancreática (DBP)
A derivação biliopancreática consiste na junção da Gastrectomia Vertical, com 85% do estômago retirado com desvio intestinal. Tal desvio altera o caminho dos alimentos ingeridos e faz com que eles passem por um caminho diferente dos sucos digestivos, se encontrando apenas a 100 cm do final intestino delgado. Essa mudança inibe a absorção de calorias e também diminui o aproveitamento dos nutrientes. A técnica promove uma boa eliminação de peso, reduz a intolerância alimentar e permite uma ingestão razoável de alimentos. Muito embora possa desencadear efeitos desagradáveis, como deficiência vitamínica, flatulência e diarreia.
Quem pode fazer?
De modo geral, a cirurgia bariátrica pode ser realizada por pacientes com índice de massa corporal superior a 40 ou a partir de 35, com presença de comorbidades relacionadas. O tipo de operação depende da condição clínica do paciente, grau de obesidade, objetivos desejados, entre outros fatores.
A decisão deve ser tomada de forma consciente, com base nas orientações do cirurgião e adequação a cada paciente. As expectativas devem ser ajustadas, os riscos de eventuais complicações precisam ser informados, assim como as restrições.
Lembrando que nem todo caso de obesidade tem indicação cirúrgica. As contraindicações incluem IMC entre 25,1 e 29,9 sem ocorrência de complicações decorrentes de sobrepeso, ausência de suporte familiar adequado, transtorno psiquiátrico não controlado, dependência química e deficiência intelectual significativa.
Por fim, é importante destacar que a realização de cirurgia bariátrica não é um processo que envolve apenas o cirurgião. O procedimento é multidisciplinar e deve contar com a participação de psicólogo ou psiquiatra para suporte psicológico e emocional, fisioterapeutas, nutricionistas, preparadores físicos, etc.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!