Segundo estudo realizado por pesquisadores de universidades do Brasil e do Chile, até 2030, 26% da população brasileira será diagnosticada com obesidade. Esses números também se repetem em escala mundial, o que a torna um problema de saúde pública em todo o mundo.
Além de ser uma doença em si, a obesidade é a porta de entrada para diversos outros problemas, como é o caso, por exemplo, do refluxo. Neste sentido, preparamos este post para explicar tudo o que você precisa a respeito do tema.
Entenda como a obesidade e o refluxo se relacionam
Estima-se que pessoas obesas tenham 50% a mais de chance de também desenvolverem a doença do refluxo gastroesofágico. Isso explica o fato de que a prevalência dessas duas condições aumentou consideravelmente nos últimos anos.
O principal fator que explica essa relação é de que quem sofre com refluxo e apresenta sobrepeso ou obesidade tem um índice de exposição à acidez gástrica cinco vezes maior do que aqueles que têm refluxo, mas não obesos.
Porém, não é só o aumento de peso que exerce alguma influência. O local onde a gordura se deposita também é relevante, pois o excesso de gordura abdominal ou visceral tem relação importante com o refluxo.
Dessa forma, cabe informar que outras complicações decorrentes do refluxo gastroesofágico, como o esôfago de Barrett, a esofagite erosiva e o câncer de esôfago, são mais frequentes em pessoas obesas.
Além disso, a relação entre o refluxo e a obesidade pode ser explicada por uma hérnia hiatal, condição comum em obesos e pode favorecer o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago.
Quais os sintomas de refluxo?
Os sintomas variam conforme a causa da doença. Geralmente, o indivíduo que sofre com esse problema tem a sensação de que há algo entalado em sua garganta e esse incômodo aumenta quando ele se curva ou se deita.
Outro ponto é que esse distúrbio tem sintomas bem característicos, tais como, dor no peito, regurgitação, tosse seca, rouquidão, dor de garganta, náusea, afta, pigarro, sinusite, otite, queimação na boca do estômago e até pneumonias, bronquites e asma.
Existe tratamento?
O tratamento mais eficaz consiste na utilização dos inibidores da bomba de prótons, pois são os melhores medicamentos para reduzir a produção do suco gástrico. Outra alternativa medicamentosa são os bloqueadores de histamina -2.
Ainda, o paciente também pode ser indicado a promover mudanças na alimentação. Caso haja um estreitamento do esôfago, ele pode ser tratado através de uma fundoplicatura, que é realizado por laparoscopia.
O procedimento dilata o esôfago, mas só é indicado para quem não obteve uma resposta satisfatória com o uso dos medicamentos. A cirurgia costuma produzir efeitos colaterais incômodos, como dificuldade em engolir e desconforto abdominal após as refeições.
Como evitar o refluxo?
Mesmo quando o paciente já sofre com refluxo, é possível adotar algumas medidas para evitar os gatilhos que desencadeiam os sintomas. Essas medidas são:
- não se deite logo após fazer as refeições. O recomendado é aguardar duas horas da última alimentação para permitir que o organismo complete a digestão;
- pratique exercícios físicos e tenha uma alimentação saudável. Com a perda de peso, os episódios de refluxo tendem a ser menos frequentes;
- evite alimentos ácidos, bebidas alcoólicas e gasosas, frituras e alimentos condimentados.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!