Apesar dos avanços em oncologia médica e de radiação, a cirurgia oncológica ainda é considerada a modalidade com maior potencial para curar grande parte dos cânceres sólidos. Por isso, os cirurgiões têm um papel fundamental nos tratamentos e pesquisas sobre o câncer, liderando os caminhos de diagnóstico e tratamento para a maioria dos casos da doença, desde o aconselhamento de pacientes sobre seu diagnóstico até a cirurgia e os cuidados posteriores.
A intervenção cirúrgica não é mais o único tratamento para a maioria das neoplasias sólidas, uma vez que a combinação de cirurgias e terapias multimodais — com radioterapia altamente focalizada, terapias moleculares específicas e poliquimioterapia — tornou-se o padrão moderno de atendimento.
Assim, atualmente, o oncologista cirúrgico é, na verdade, um “médico do câncer” que interage com todos os outros membros da equipe de terapia oncológica de uma maneira inteligente e confiante. Esse papel requer um conhecimento sólido da biologia do câncer (incluindo a sua prevenção e a biologia da metástase), tecnologias de imagem, terapias químicas e biológicas e radioterapia.
Quando a cirurgia oncológica é indicada?
Existem diferentes tipos de cirurgia indicadas para pessoas com câncer. Em alguns casos, elas são combinadas com outros tipos de tratamento. O procedimento cirúrgico pode ser indicado em diferentes situações.
Cirurgia curativa
A cirurgia curativa é escolhida com frequência como o tratamento primário para remover o tumor cancerígeno localizado em uma área específica do corpo. No entanto, outros tipos de tratamentos, como a radiação, podem ser usados antes ou depois da cirurgia.
Cirurgia preventiva
A cirurgia preventiva é indicada para remover o tecido que não contém células cancerígenas, mas que pode se transformar em um tumor maligno. Exemplo disso é a remoção dos pólipos no cólon, os quais podem ser considerados tecido pré-canceroso.
Cirurgia de diagnóstico
A cirurgia de diagnóstico é usada para determinar se as células são cancerígenas, em um procedimento que remove uma amostra de tecido para teste e avaliação, que é feita em laboratório por um patologista. As amostras de tecido ajudam a confirmar um diagnóstico, identificar o tipo de câncer ou determinar o estágio do câncer.
Cirurgia de estadiamento
Geralmente feito por laparoscopia — em que um tubo de visualização com uma lente ou câmera é inserido, por meio de uma pequena incisão, para examinar o interior do corpo e retirar amostras de tecido —, o estadiamento cirúrgico visa descobrir a extensão do câncer ou da doença no corpo.
Cirurgia de revascularização
Esse procedimento é a escolha preferencial em certas situações, quando a remoção de um tumor inteiro pode causar danos a um órgão ou ao corpo. Assim, a cirurgia de revascularização remove uma porção, embora não tudo, de um tumor cancerígeno e, dessa forma, outros tipos de tratamento contra o câncer, como quimioterapia e radiação, podem ser usados após a cirurgia.
Cirurgia paliativa
A cirurgia paliativa não funciona para curar o câncer, mas para aliviar o desconforto ou para corrigir outros problemas que o tratamento ou a doença possam ter criado. É usada em estágios avançados de câncer.
Cirurgia de suporte
Esse procedimento não objetiva curar o câncer, mas ajudar o funcionamento mais eficaz de outros tratamentos para a doença. Um exemplo de cirurgia de suporte é a inserção de um cateter para a quimioterapia.
Cirurgia de restauração
A cirurgia pode ser usada como acompanhamento de curativos ou de outras cirurgias, para alterar ou restaurar a aparência de uma pessoa ou a função de uma parte do corpo. Por exemplo, mulheres com câncer de mama às vezes precisam de cirurgia de reconstrução de mama para restaurar a forma física da região afetada. A cirurgia curativa para câncer bucal pode causar uma mudança na forma e na aparência da boca do paciente, e uma cirurgia de restauração pode ser realizada para diminuir esses efeitos.
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