Um estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) descobriu que a quantidade de crianças e adolescentes obesos no mundo aumentou dez vezes, em comparação aos últimos 40 anos. De acordo com eles, se a tendência se manter, em 2022, haverá mais crianças e adolescentes com obesidade do que com desnutrição.
Com a nova era tecnológica, os jovens dessa faixa etária têm concentrado a sua diversão no uso de aparelhos eletrônicos. Essa mudança de comportamento, aliada ao alto consumo de comidas e bebidas excessivamente calóricas, explicam o quadro apresentado pelo estudo.
O primeiro passo para combater o problema é promover a informação dos pais e filhos sobre as causas, consequências e tratamentos para a doença. Por isso, preparei esse conteúdo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Causas da obesidade em crianças e adolescentes
A obesidade é diagnosticada quando a criança ou o adolescente está com o peso maior que o recomendado para sua idade e altura, de acordo com as faixas do Índice de Massa Corporal (IMC). O IMC é uma tabela que indica qual a condição atual de alguém, de acordo com o seu peso e altura.
Nessa faixa etária, estar acima do peso pode trazer consequências graves para a vida adulta. Muitos dos adolescentes obesos já apresentam o problema desde a sua infância. O excesso de peso está relacionado a diversas causas.
Os principais fatores estão associados à genética, características do próprio metabolismo, sedentarismo, má alimentação, entre outros. Geralmente, os pais pensam que o problema ocorre por algum distúrbio hormonal do filho, mas essa é uma das causas menos frequentes.
Os maus hábitos alimentares, associados ao sedentarismo, são os principais responsáveis pelo excesso de peso em crianças e adolescentes. Normalmente, os erros alimentares mais comuns são:
- pular refeições;
- substituição de frutas por biscoitos;
- comer poucos alimentos saudáveis;
- ingerir massas, frituras e fast-foods em excesso.
Quais são as consequências?
O excesso de peso para essa faixa etária pode causar diversas consequências negativas para os jovens,como:
- aumento dos níveis de gordura e de açúcar no sangue;
- alterações de colesterol;
- gordura no fígado;
- pedras na vesícula;
- elevação da pressão arterial;
- dor nas pernas;
- facilidade em ter fraturas ósseas;
- baixa autoestima;
- depressão;
- doenças cardiovasculares.
Quais são os tratamentos?
A principal recomendação médica é conseguir a redução do peso e a mudança no estilo de vida desses jovens. Essa mudança começa com a reeducação alimentar e a prática de exercícios físicos.
Normalmente, a dieta para esses pacientes é rica em verduras, legumes, frutas e peixes, e pobre em açúcar, sal e gordura. Porém, a orientação deve ser dada por uma nutricionista, pois essa faixa etária precisa de energia e nutrientes para ter um crescimento saudável.
O outro pilar do tratamento é atividade física, que auxilia na queima de calorias, fortalece os músculos e os ossos, promove o bem-estar e ajuda no sono. Em conjunto com isso, também se recomenda a restrição ao tempo dedicado aos eletrônicos.
Em casos graves, o tratamento pode ser medicamentoso e cirúrgico. Os medicamentos são prescritos, principalmente, para casos associados a outras condições, como distúrbios da tireóide ou colesterol alto.
A cirurgia bariátrica é indicada para situações extremas e precisa atender a alguns requisitos para ser recomendada. A avaliação é feita por um cirurgião bariátrico, mas precisará de autorização dos pais. Essa intervenção consiste em reduzir o tamanho do estômago do paciente e, por isso, é uma alternativa segura e eficaz para a redução de peso.
Contudo, o excesso de peso pode retornar se o paciente não seguir todas as recomendações do pós-operatório da cirurgia bariátrica.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!