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Colelitíase: Entenda o perigo das pedras na vesícula

A vesícula biliar é um pequeno órgão localizado entre o estômago e o fígado, que possui uma função muito importante como auxiliar do aparelho digestivo. Ela armazena a bile produzida pelo fígado e prepara a comida para o intestino.

A bile é formada por sais biliares, lecitina e colesterol, que a torna líquida e no tom amarelo esverdeado. Se um desses componentes for produzido excessivamente pelo fígado, a consistência da bile muda para pequenos grãos que forma a pedra da vesícula causadora da colelitíase.

 

Como acontece a colelitíase

No formato de uma pequena bolsa, a vesícula armazena a bile produzida pelo fígado e se contrai durante a digestão, para liberar o líquido sobre o alimento já no intestino. Ali são digeridas as gorduras e a vesícula ajuda na absorção dos nutrientes contidos na comida, como sais minerais e vitaminas.

A quantidade máxima de bile armazenada por dia é em média de 600 ml. Como a vesícula tem grande capacidade de absorção, ela retira parte da água e dos eletrólitos da bile, deixando o líquido muito concentrado. Dessa forma, ela se torna mais difícil de ser solúvel, em especial pela presença de colesterol e cálcio.

Mesmo com essa característica mais espessa, a vesícula consegue realizar todo o processo digestivo corretamente. O problema acontece quando o fígado começa a produzir uma quantidade desequilibrada de componentes. A bile e a parte armazenada não conseguem mais ficar líquidas, se transformando em grânulos e depois em pedra.

A causa do excesso de produção de alguns componentes pelo fígado ainda é desconhecida, mas é sabido que alguns fatores de risco podem influenciar no processo, como o metabolismo e a hereditariedade. A doença é mais frequente em mulheres acima de 20 anos, especialmente quando ela é obesa e teve muitos filhos.

O cálculo na vesícula é assintomático na fase inicial, sem que a pessoa tenha consciência de que está com a colelitíase. Depois de incômodos provocados pela doença, o paciente vai procurar um médico. Os principais sintomas dores de cabeça fortes, dor intensa, aguda e contínua na parte superior do abdômen – que pode irradiar pelo pulmão e coluna – náuseas e vômitos. No início, as dores só se apresentam quando a pessoa ingere alimentos gordurosos, devido à obstrução da vesícula pelos cálculos já formados.

 

Tratamento da colelitíase

A colelitíase tem cura e a cirurgia é o único tratamento indicado, salvo se a doença for identificada antes que as dores comecem. O principal risco a saúde é a possibilidade das pedras explodirem e causarem grande inflamação no sistema digestivo, que pode até mesmo ser fatal.

As complicações da doença podem causar a colecistite aguda, que acontece quando a pedra fica presa na saída da vesícula e causa uma grande inflamação, com dor e febre. Também pode surgir a cólica biliar, quando o fluxo da bile é impedido e provoca uma distensão na região na tentativa de extrair o cálculo.

Já quando a pedra migra da vesícula para o colédoco, ela pode obstruir essa passagem para o intestino e fazendo com que a bile fique acumulada no sangue. A colangite é a infecção por bactérias devido à obstrução e a pancreatite, quando os dutos que levam a bile entre a vesícula e o pâncreas são obstruídos.

O médico precisa identificar o tamanho das pedras. Se elas forem de, no mínimo, 3 cm e estiverem junto à vesícula, anomalias e pólipos, é preciso realizar uma colecistectomia laparascópica imediatamente.

Há fatores de risco para a cirurgia, caso o paciente com colelitíase esteja com anemia hemolítica crônica, gravidez, com obesidade mórbida, seja sedentário, utilize anticoncepcionais e/ou tenha idade avançada. Nesses casos é preciso fazer um acompanhamento mais preciso sobre a saúde do paciente para evitar complicações.

 

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