cirurgia laparoscópica de hérnia

Quais São os Riscos Associados à Cirurgia Laparoscópica de Hérnia?

A cirurgia laparoscópica de hérnia é uma técnica minimamente invasiva que tem sido amplamente utilizada para corrigir hérnias abdominais e inguinais. Com o uso de pequenas incisões e instrumentos especializados, a laparoscopia oferece uma recuperação mais rápida e menos dor em comparação com a cirurgia aberta tradicional. No entanto, como em qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos associados à cirurgia laparoscópica de hérnia que precisam ser considerados. Neste artigo, exploramos esses riscos, explicamos como eles podem ser minimizados e fornecemos informações sobre o que esperar do procedimento.

O Que é a Cirurgia Laparoscópica de Hérnia?

Antes de falarmos sobre os riscos, é importante entender o que é a cirurgia laparoscópica de hérnia. Esse procedimento envolve a inserção de um laparoscópio (um pequeno tubo com uma câmera) e instrumentos cirúrgicos através de pequenas incisões no abdômen. O cirurgião usa o laparoscópio para visualizar a área da hérnia em uma tela e, em seguida, repara o defeito com uma tela cirúrgica, que reforça a parede abdominal.

A laparoscopia tem muitas vantagens, como uma recuperação mais rápida, menos dor pós-operatória e menores cicatrizes. No entanto, por ser um procedimento cirúrgico, apresenta alguns riscos, que precisam ser discutidos com o médico antes de decidir a melhor abordagem.

1. Risco de Lesão aos Órgãos Internos

Um dos principais riscos associados à cirurgia laparoscópica de hérnia é a possibilidade de lesão a órgãos internos, como intestinos, bexiga ou vasos sanguíneos. Durante a inserção dos instrumentos cirúrgicos ou durante o reparo da hérnia, pode haver um risco de perfuração acidental de um desses órgãos. Esse tipo de complicação é raro, mas pode ocorrer, especialmente em cirurgias mais complexas ou em casos de hérnias volumosas.

Se uma lesão a um órgão interno acontecer, pode ser necessário converter a cirurgia laparoscópica para uma cirurgia aberta para reparar a lesão. Isso pode prolongar o tempo de recuperação e aumentar o risco de infecção.

2. Riscos de Infecção

Embora a cirurgia laparoscópica apresente menores taxas de infecção em comparação com a cirurgia aberta, ainda existe o risco de infecção nas pequenas incisões. O risco de infecção é maior em pacientes que apresentam condições pré-existentes, como diabetes ou obesidade, que podem comprometer o sistema imunológico e a capacidade de cicatrização.

Sintomas de infecção incluem vermelhidão, inchaço, dor aumentada ou secreção nas áreas das incisões. Se houver sinais de infecção, é essencial que o paciente procure o médico imediatamente para iniciar o tratamento adequado com antibióticos.

3. Riscos Relacionados à Anestesia

A cirurgia laparoscópica de hérnia geralmente ocorre sob anestesia geral, o que significa que o paciente estará inconsciente durante o procedimento. Embora a anestesia seja segura na maioria dos casos, existem riscos associados, especialmente para pacientes com histórico de problemas respiratórios, doenças cardíacas ou outras condições médicas graves.

Complicações relacionadas à anestesia podem incluir reações alérgicas, dificuldades respiratórias ou problemas cardíacos. Para minimizar esses riscos, o anestesista realiza uma avaliação pré-operatória detalhada para garantir que o paciente esteja apto a receber a anestesia de forma segura.

4. Risco de Recorrência da Hérnia

Outro risco importante da cirurgia laparoscópica de hérnia é a possibilidade de recorrência. Embora o procedimento seja eficaz na maioria dos casos, algumas hérnias podem voltar após a cirurgia, especialmente se a tela cirúrgica não for adequadamente fixada ou se a área reparada for submetida a esforço excessivo antes da cicatrização completa.

Fatores que podem aumentar o risco de recorrência incluem obesidade, tabagismo, esforço físico intenso logo após a cirurgia e constipação crônica. Portanto, seguir as orientações médicas durante o período de recuperação é essencial para evitar a recidiva da hérnia.

5. Dor Crônica

Embora a laparoscopia ofereça menos dor imediata no pós-operatório, alguns pacientes podem desenvolver dor crônica na área da cirurgia. Essa dor pode estar relacionada à cicatrização do tecido, à presença da tela cirúrgica ou à irritação dos nervos na região afetada. Em alguns casos, a dor crônica pode ser tratada com medicação, fisioterapia ou, em situações raras, uma nova cirurgia para ajustar ou remover a tela.

No entanto, a dor crônica após a cirurgia de hérnia é relativamente rara e, quando ocorre, geralmente é gerenciada com sucesso por meio de tratamentos menos invasivos.

6. Formação de Seroma ou Hematoma

Após a cirurgia laparoscópica de hérnia, é possível que ocorra a formação de seromas (acúmulo de líquido) ou hematomas (acúmulo de sangue) na área operada. Essas condições são geralmente inofensivas e tendem a desaparecer por conta própria. No entanto, se o seroma ou hematoma for grande ou causar desconforto, pode ser necessário drená-lo.

Para minimizar o risco de formação de seroma ou hematoma, os médicos recomendam que os pacientes sigam as instruções pós-operatórias, como evitar atividades físicas intensas nas primeiras semanas e usar cintas de suporte abdominal, se indicado.

7. Riscos de Tromboembolismo

A cirurgia laparoscópica de hérnia, como qualquer outro procedimento cirúrgico, pode aumentar o risco de tromboembolismo venoso (TEV), que inclui a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar. Isso ocorre porque a imobilização durante e após a cirurgia pode diminuir o fluxo sanguíneo nas veias das pernas, levando à formação de coágulos.

Para reduzir esse risco, é comum que os médicos recomendem o uso de meias de compressão e incentivem os pacientes a se levantarem e caminharem logo após a cirurgia, a fim de estimular a circulação sanguínea.

8. Conversão para Cirurgia Aberta

Embora a cirurgia laparoscópica de hérnia seja geralmente bem-sucedida, em alguns casos, o cirurgião pode precisar converter a laparoscopia em uma cirurgia aberta. Isso pode ocorrer se houver dificuldades técnicas durante o procedimento, como aderências (tecido cicatricial) de cirurgias anteriores, ou se a hérnia for maior ou mais complexa do que o esperado.

Essa conversão pode resultar em um tempo de recuperação mais longo e um risco maior de complicações, mas, em muitos casos, é a decisão mais segura para o paciente.

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