Desde o final de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu a indicação de cirurgia bariátrica para o controle da diabetes tipo 2. Este é o tipo mais comum da doença metabólica, que atinge cerca de 13 milhões de brasileiros.
Anteriormente, a intervenção cirúrgica só era disponível para indivíduos com obesidade severa ou mórbida, com Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 35 kg/m². Depois da decisão do CFM, a cirurgia agora está disponível para pessoas diabéticas ou com obesidade de grau 1 (IMC entre 30 e 34,9 kg/m²), quando o uso de medicamentos já não está mais surtindo efeito.
Para os casos de controle do diabetes, o procedimento é denominado cirurgia metabólica. De acordo com estudos recentes, o procedimento é seguro e apresenta resultados positivos de curto, médio e longo prazo.
Diabetes tipo 2
A doença ocorre em adultos, geralmente obesos, sedentários e com histórico familiar. O excesso de peso é o principal fator de risco. Por isso, os dois problemas estão muito ligados. Alimentação desregrada, com carboidratos em excesso, e sedentarismo causam acúmulo de gordura e também podem levar o organismo a se tornar resistente à insulina.
Esse tipo de diabetes é caracterizado por dois motivos: resistência do corpo aos efeitos da insulina, hormônio que controla os níveis de glicose no sangue, ou produção insuficiente da substância, o que provoca concentração de açúcar acima do normal nas corrente sanguínea. Nessa doença, a sensibilidade à insulina e a capacidade de produzi-la diminuem com o tempo.
Por que a cirurgia bariátrica é alternativa para o controle da diabetes?
A cirurgia bariátrica não cura o diabetes tipo 2, mas contribui para o controle. Quando uma pessoa faz a intervenção cirúrgica, há no estômago a redução da grelina, hormônio que estimula a fome e a saciedade. Assim, a fome também diminui.
Após ser reduzido pelo procedimento, o estômago não digere o alimento, que chega praticamente intacto e mais rápido ao intestino. A chegada mais rápida promove liberação de diversos hormônios, entre eles o GLP 1, que age sobre o pâncreas e passa a produzir mais insulina.
Com mais insulina, o corpo insere mais açúcar nas células, o que reduz a incidência no sangue. Além disso, quando a pessoa emagrece, diminuem também as substâncias inflamatórias que bloqueiam a ação da insulina na célula.
Pioneirismo brasileiro
O Brasil é pioneiro nos estudos que mostraram as ações antidiabéticas da cirurgia bariátrica. A partir das pesquisas, iniciadas nos anos 2000, especialistas do mundo todo começaram a perceber a importância dessas intervenções cirúrgicas para tratar o diabetes tipo 2, considerada de difícil controle em todo o mundo.
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