A pedra na vesícula ocorre quando pequenas pedras se formam no interior da vesícula biliar. Esse órgão, situado próximo ao fígado, tem a função de armazenar a bile e de lançá-la ao organismo sob a ação de um hormônio intestinal.
Porém, um fator chave para o tratamento da condição e que constitui um obstáculo é que a ciência ainda não conseguiu esclarecer como essas pedras se formam.
Mas ao que parece, esse cenário pode mudar em futuro próximo com a realização e o avanço de estudos sobre as pedras na vesícula. A seguir, vamos conhecer uma dessas pesquisas. Acompanhe e saiba mais!
Pesquisas apontam como ocorre a formação das pedras na vesícula
Já se sabe, há algumas décadas, que os níveis de sais de cálcio e colesterol na bílis tem um papel fundamental para a formação dos cálculos. Porém, as dúvidas persistiam, principalmente, sobre o que fazia com esses compostos se unissem para provocar o problema.
Mas o ponto positivo é que pesquisas recentes têm lançado um pouco de luz sobre esse aspecto. Em um desses estudos, os cientistas descobriram, analisando cálculos retirados de humanos, que havia um número expressivo de placas de DNA, assim como uma atuação relevante da elastase neutrofílica — enzima que ajuda a quebrar proteínas e células de envelhecimento ou danificadas.
De acordo com os cientistas, tais moléculas indicavam a presença das chamadas TNEs, estruturas expelidas por neutrófilos, semelhantes a teias que tem uma ação de proteção contra infecções.
Para compreender melhor a relação entre os neutrófilos e as TNEs na formação das pedras na vesícula, os pesquisadores fizeram testes em laboratório com camundongos — foi aplicada uma dieta muito rica em colesterol aos animais.
Após os testes, a conclusão foi de que o tamanho das pedras, bem como a sua quantidade, eram relativamente menores nos camundongos que tinham um defeito genético que impedia a formação das TNEs. E não somente isso! Também foi constatado que as pedras eram menores nos ratos com níveis de neutrófilos mais baixos.
Conforme destaca Martin Herrmann, imunologista da Universitätsklinikum Erlangen, na Alemanha e um dos responsáveis pela realização desse estudo:
“Neutrófilos têm sido considerados a primeira linha de defesa contra a infecção. E nós fornecemos evidências adicionais em relação à natureza de ‘espada de dois gumes’ dessas moléculas, mostrando que elas também desempenham um papel importante na montagem e no crescimento de cálculos biliares”.
Em comunicado, o especialista apontou que desenvolver métodos para atacar a formação das TNEs e dos Neutrófilos, pode vir a ser um recurso muito interessante para se evitar a formação de cálculos na vesícula, especialmente na população que se enquadra como de alto risco.
Perspectivas para o futuro
Os próprios pesquisadores ressaltam a importância de pesquisas, como essa desenvolvida na universidade alemã, porém, chamam a atenção para o fato de que tudo ainda está no início e muito trabalho ainda deve ser feito futuro.
Mas o fato, é que os passos iniciais estão sendo dados e os resultados obtidos tem se mostrado muito positivos. Quem sabe, em poucos anos, não surge um método mais eficiente de combate, tratamento e prevenção de pedras na vesícula.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!
