Antes de entendermos como funciona a esofagectomia, é preciso compreender como trabalha o nosso esôfago. Esse órgão começa logo depois da faringe, fazendo a conexão da boca com o estômago.
Quando ele funciona normalmente, a comida desce sem ficar presa e sem fazer a pessoa engasgar. Porém, quando as suas funções não estão normais, pode haver dificuldades para engolir os alimentos e, conforme a condição apresentada, esse processo pode ser impossível.
É para as situações mais complexas e graves, nas quais a pessoa não consegue mais se alimentar por problemas no esôfago, é que a esofagectomia é indicada.
É interessante observar que a eficiência dessa técnica é tão grande que ela serve como uma alternativa terapêutica para pessoas que sofrem com câncer nesse órgão.
Para saber mais sobre o procedimento, continue a leitura deste artigo.
Como é feita a esofagectomia?
A esofagectomia consiste na retirada parcial ou total do esôfago, a depender do que a condição do paciente exige. O tamanho da parte que será removida é determinado pela extensão da área afetada, do dano ao órgão ou ainda, se for câncer, do estágio em que o tumor se encontra.
Em algumas situações, o médico responsável também pode fazer a retirada de uma pequena porção do estômago. É claro que tudo dependerá da finalidade desse procedimento.
A esofagectomia costuma ser realizada de duas maneiras. Uma é a esofagectomia aberta: ao utilizar esse método o cirurgião faz pequenas incisões no pescoço, no abdômen e no tórax do paciente.
A segunda técnica é feita por videolaparoscopia (ou por cirurgia robótica) e, por isso, é considerada minimamente invasiva. Na realidade, existem outras técnicas para a realização dessa cirurgia, porém, as que mencionamos são as mais usadas.
Nos dois casos, a segurança e a eficácia para o paciente são garantidas. Entretanto, na segunda situação, os benefícios podem ser melhores no que diz respeito à estética, uma vez que as cicatrizes resultantes do procedimento são menores, assim como o tempo em que ele permanecerá internado também é reduzido. Além disso, a possibilidade de haver alguma complicação no pós-operatório é menor.
O que acontece após uma esofagectomia?
Independentemente da técnica escolhida para a esofagectomia, o paciente deverá fazer uso de um tubo de jejunostomia, que é um tubo de alimentação. A finalidade é que ele seja usado para oferecer nutrição durante os primeiros 30 dias após a realização do procedimento e tornar mais fácil e rápido o período de recuperação.
Além disso, o paciente precisa usar uma sonda nasogástrica, que consiste em um dreno inserido pelo nariz. Esse dispositivo é fundamental para manter o estômago descomprimido, com o objetivo de ajudar na cicatrização da nova conexão do esôfago a esse órgão.
Existem riscos com esse procedimento?
A esofagectomia é considerado um procedimento de alta complexidade, fator que não o torna diferente ou menos sujeito a problemas que qualquer outro tipo de cirurgia.
Dentre as complicações que podem surgir, temos:
- refluxo esofagogástrico;
- rouquidão;
- pneumonia;
- surgimento de fístulas na região da cirurgia;
- arritmia cardíaca.
Outro fator que deve ser considerado é o tempo que o próprio paciente vai levar para se acostumar à sua nova condição. Por exemplo, o estômago pode ficar mais lento em seu trabalho, pois o conjunto de nervos responsável por controlar essa região do corpo e suas funções pode ser afetado e demorar para se adaptar.
No mais, é importante conversar com o médico sobre tudo o que gere dúvidas sobre a esofagectomia.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!