Se você já leu alguns artigos aqui do blog, já deve saber que hérnia é um abaulamento no abdômen, que ocorre quando há uma ruptura no tecido que envolve um de seus órgãos. A partir dessa abertura, parte desse órgão escapa e forma nódulos sentidos pelo tato, com dores e até infecção na região.
O método mais eficaz de tratamento é o cirúrgico, que tende a eliminar a maior parte das hérnias. Porém, algumas podem retornar, caso que é chamado de hérnia recidivada. Em geral, isso acontece como consequência de uma combinação de diversos fatores, entre eles: características anatômicas do paciente, técnica cirúrgica utilizada e comorbidades (diabetes, tabagismo…).
O que é uma hérnia em recidiva
As incidências de hérnias recidivas são de 11% para hérnias ventrais e 1% para hérnias inguinais. Apenas uma porcentagem pequena da parcela de pacientes que voltam a apresentar o problema após operarem, mas um número ainda considerado alto. Ela é mais frequente nos casos que foram tratados com cirurgias tradicionais, que utilizavam o próprio tecido rompido pra fazer uma religação, uma costura entre as partes separadas. Porém, como esse tecido já está desgastado e frágil, a tendência é que ele não consiga manter a segurança dos pontos.
Já as cirurgias que utilizam tela para substituir o tecido rompido tem recidivas menores, uma quantidade aceitável e que leva em consideração também a atitude pós operatória do paciente.
A recuperação muitas vezes demora mais do que o paciente espera. Muitos acreditam que no dia seguinte a operação já poderão caminhar e voltar às suas atividades básicas. Até mesmo cirurgias de laparoscopia requerem um repouso médio de quinze dias para atividades com excesso de carga, para que não ocorram fadigas desnecessárias e dores crescentes.
A cirurgia de hérnia é a mais realizada no mundo, considerada de médio porte e com mínimos riscos de complicações durante e após a cirurgia.
Fatores de risco de uma hérnia recidivada
Tudo também depende também da qualidade de vida do paciente. Fumantes, diabéticos e obesos apresentam um alto risco de retorno do problema, exatamente por estimular a tosse enquanto os pontos ainda não fecharam. Da mesma maneira, ficar muito tempo sentado ou deitado pode dificultar a cicatrização. E quanto menor for a hérnia, menos chances ela terá de recidivar, para isso é fundamental procurar o médico nos primeiros sintomas.
Outros fatores de risco são: pacientes que sofreram infecção pós operatória; cirurgias realizadas com contaminação (como a apendicite supurada); falta de nutrientes suficientes para manter a saúde em dia e rapidez em voltar a vida normal;pegar peso acima de dez quilos e burlar o tempo fundamental de recuperação. Há ainda a possibilidade de uma hérnia recidivada surgir a partir do orifício mínimo realizado pela laparoscopia, que não foi devidamente cicatrizado.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte.