O aparelho digestivo, assim como outros sistemas no corpo humano, tem uma função ímpar. Ele é o responsável pela obtenção dos nutrientes necessários e importantes para diversas etapas do organismo: crescimento, locomoção, reprodução, respiração, entre outros. Através dos alimentos que ingerimos é produzida toda a energia necessária para a manutenção da vida.
Ao aparecimento de qualquer anomalia, se faz necessária a intervenção cirúrgica, a fim de reparar danos. Dentre as tantas enfermidades que podem surgir no aparelho digestivo, iremos focar nas hérnias. Protrusão (saída) de uma porção do conteúdo intra-abdominal (tecido adiposo, alças de intestino grosso ou delgado) por meio de um orifício na parede abdominal, as hérnias podem acometer a região acima do umbigo, umbilical, inguinal (virilha).
Confira a seguir os tipos de hérnia:
- Inguinal: que acontece na virilha, sendo a mais comum de aparecer;
- Femoral: a que surge logo abaixo da virilha;
- Umbilical: aparece na cicatriz umbilical;
- Epigástrica: localizada logo acima do umbigo;
- Incisional: aparece nas cicatrizes de procedimentos cirúrgicos anteriores.
As hérnias surgem já no nascimento ou aparecem mais tarde devido a diversas causas, como por exemplo o trabalho pesado. Essas anomalias causam dor na virilha, umbigo ou abdome que, normalmente, aparece quando a pessoa levanta objetos pesados, tosse ou se esforça durante as necessidades fisiológicas. Quando a hérnia torna-se estrangulada, a pessoa pode apresentar vermelhidão, dor e um aumento de temperatura local (febre).
A cirurgia é o único método para corrigir a hérnia. Realizada para buscar alívio da dor e prevenção de problemas mais sérios, o procedimento cirúrgico é especialmente recomendado para pacientes com alto risco de hérnia em estrangulamento. Existem duas opções de tratamento cirúrgico:
Convencional
Procedimento mais comum, em que o reparo feito é a herniorrafia tradicional (aberta e sem nenhuma tensão). Geralmente, esse procedimento cirúrgico é realizado com aplicação de anestesia do tipo peridural. Uma grande incisão é realizada sobre a hérnia. Então, o tecido é dissecado e empurrado para trás. Logo após, uma malha sintética é colocada sobre o defeito de apoio. Após a cirurgia, o tempo de recuperação é em torno de um mês a seis semanas.
Via laparoscópica
Buscando um procedimento cirúrgico sem muita invasão e cortes, essa é a mais recente técnica. Feita com aplicação de anestesia geral, três pequenas incisões no abdômen são realizadas. Aplica-se gás carbônico a fim de formar um “espaço de trabalho” e é utilizado de um instrumento fino com uma câmera (laparoscópio) para o cirurgião observar dentro do corpo do paciente, dispensando grandes cortes. Esse método cirúrgico causa menos trauma ao corpo do paciente, menor dor após a operação e uma recuperação mais curta (tende a durar uma semana). Há um risco de punção de víscera, porém esse risco é pequeno.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!