Hérnia Umbilical

Como identificar uma hérnia umbilical?

Bastante comum entre 10 e 20% das crianças, a hérnia umbilical é uma protuberância localizada na região do umbigo e que provoca dores e náuseas.

A hérnia umbilical surge a partir do acúmulo de parte do intestino ou da gordura que recobre o abdômen. Ela ocorre quando uma alça intestinal atravessa o tecido do músculo na região abdominal. É muito comum em crianças com peso baixo, bebês prematuros, obesos, mulheres após gravidez e tabagistas.

Como acontece a hérnia umbilical?

Ocorre que, antes de o bebê nascer, os músculos tendem a se fechar na área do anel umbilical, ocorrendo então a “anulação” do cordão umbilical no recém nascido. Porém, quando esta região não fica completamente fechada, ou seja, quando os músculos não se completam da forma como deveriam, há a possibilidade de uma abertura por onde pode ocorrer o surgimento da hérnia umbilical, seja logo no nascimento ou no decorrer da vida da criança.

Embora seja mais comum em crianças, muitos adultos também podem ser acometidos por este mal, em razão de diversos esforços repetitivos que façam ao longo dos dias. Tratam-se de pessoas que sofrem ou já sofreram com obesidade, múltiplas gestações, ascite (líquido na cavidade abdominal) ou pessoas que fizeram uma cirurgia abdominal.

Causas da hérnia umbilical

A principal causa é a abertura no músculo abdominal. Mas existem algumas particularidades que valem a pena serem conhecidas. 

Bebês que nascem com baixo peso, prematuros e de descendência afro, têm maiores chances de desenvolver a condição. Não existem diferenças significativas entre as ocorrências nos meninos e nas meninas.

No caso dos adultos, a hérnia umbilical geralmente surge em decorrência de pressão aplicada sobre a área abdominal que tem a musculatura enfraquecida. Dentre as causas, nesse sentido, destacamos:

  • Tosse persistente e intensa;
  • Cirurgia abdominal;
  • Diversas gestações (gêmeos, trigêmeos etc.);
  • Gestação frequente;
  • Estar acima do peso.

Voltando para as crianças, uma notícia muito interessante é que 90% das hérnias umbilicais fecham-se por conta própria. Por outro lado, caso a hérnia não tenha se fechado até a idade de 4 anos, será preciso procurar por tratamento médico especializado.

O diagnóstico médico para a hérnia umbilical exige um exame físico, por meio do qual o médico fará a verificação dessa condição, tanto em bebês quanto em adultos. Ele também avaliará se a hérnia é redutível (pode ser empurrada de volta para a cavidade abdominal) ou é encarcerada, situação em que está presa no lugar. Essa última condição é uma situação séria, pois pode interferir no fluxo sanguíneo provocando prejuízos permanentes aos tecidos.

Como identificar o problema

Geralmente, as hérnias umbilicais podem ser percebidas quando o bebê chora, se esforça para fazer suas necessidades ou até mesmo ri.

O primeiro sinal que ajuda a identificar essa condição é presença de uma protuberância ou inchaço próxima a área umbilical. Esse sintoma não fica evidente quando o bebê está relaxado e raramente esse tipo de hérnia apresenta algum incômodo ou dor para a criança.

Somente um médico especialista pode diagnosticar corretamente um caso de hérnia umbilical. O diagnóstico será dado após a observação e examinação da área afetada, de acordo com cada caso.

Embora a aparência seja horrível, a maioria dos bebês não sente dor. Contudo, podem ocorrer sucessivos vômitos por conta das náuseas que a hérnia provoca. Nos adultos, o principal sintoma é a protuberância que se forma ao redor do umbigo, além das náuseas e do inchaço que toma conta da região abdominal.

Tanto homens quanto mulheres podem desenvolver a hérnia umbilical. Em adultos, um preocupante fator de risco é o excesso de peso, além das gestações múltiplas. Nos adultos, a faixa etária com maior incidência de hérnia umbilical é justamente entre os 50 e 60 anos.

Os seguintes sinais indicam que é preciso buscar ajuda médica rapidamente, pois a situação é mais grave:

  • Nos casos em que a protuberância é muito sensível, descolorida ou muito inchada, válido para crianças e adultos;
  • Quando o bebê começa a vomitar;
  • Quando bebê está com dor evidente.

Tratamento

Nos bebês, recomenda-se esperar em torno de 18 meses, até que a hérnia desapareça sozinha. É quando os músculos se fecham sozinhos. Muitos médicos aproveitam ainda o exame inicial nos bebês para tentar empurrar a hérnia para dentro. Na maioria dos casos esta tentativa é bem sucedida.

Somente é recomendada a cirurgia em crianças quando a hérnia não desapareceu até os três anos, são maiores do que 1,5 centímetros, não diminuem de tamanho em um período de 6 a 12 meses, estão doendo ou estão presas nos intestinos das crianças impedindo-as de evacuar.

Já nos adultos, a cirurgia é recomendada como uma forma de se evitar complicações maiores de saúde.

Como é realizada a cirurgia de hérnia umbilical?

A cirurgia de hérnia umbilical, ou herniorrafia, é uma operação simples e de segurança elevada, com baixo risco de complicações.  O tratamento cirúrgico pode ser feito através de corte na região abdominal (cirurgia aberta) ou por laparoscopia.

A segunda opção é mais moderna, mais rápida e menos invasiva, o que diminui o tempo de internação e torna a recuperação menos dolorosa. Outra vantagem da cirurgia laparoscópica é a presença de cicatriz mais discreta e praticamente imperceptível, já que a incisão é mínima.

Na cirurgia no abdômen, a anestesia é peridural. Já no procedimento por via laparoscópica, a anestesia é geral. Em ambas, a intenção é empurrar a hérnia para seu lugar original e fechar a parede abdominal. Tanto na cirurgia aberta quanto na laparoscópica, o cirurgião pode colocar uma tela na região, a fim de impedir que uma nova hérnia surja no local.

A recuperação da cirurgia de hérnia umbilical costuma ser rápida e tranquila. De modo geral, o paciente pode retornar às atividades do dia a dia em duas semanas. Até lá,  grandes esforços físicos devem ser evitados. O paciente não deve pegar peso no período, nem se levantar ou abaixar bruscamente.

O ideal é esperar alguns dias para dirigir. Só é recomendável conduzir veículos quando não mais sentir dor abdominal. Outro cuidado essencial consiste em colocar o travesseiro ou a mão em cima dos pontos, quando o paciente precisar tossir.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte.

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