câncer de reto

Como é a cirurgia de câncer de reto?

O câncer de reto é uma doença responsável pelo óbito de 18.867 brasileiros, somente em 2018. No mesmo ano, a estimativa de novos casos era superior a 36.300 pessoas, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Este é um tipo de tumor tratável, principalmente quando diagnosticado precocemente. As opções de tratamento envolvem a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A realização de um ou mais desses tratamentos irá depender do estágio do tumor e da condição geral de saúde do paciente.

Neste artigo, falaremos sobre como é feito o procedimento cirúrgico para o tratamento do câncer de reto. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto.

Tipos de cirurgia para o câncer de reto

Em primeiro lugar, existem diversos tipos de técnicas cirúrgicas para o tratamento do câncer de reto. A escolha caberá ao cirurgião responsável, que irá avaliar o estágio, localização e extensão do tumor. 

Outra característica da cirurgia é o perfil aberto ou minimamente invasivo (laparoscopia). O médico também deverá avaliar qual a melhor opção entre as duas, para se obter o melhor resultado.

Polipectomia

Está é uma técnica minimamente invasiva, feita por videolaparoscopia. Ela é utilizada principalmente para os tumores no reto em estágio inicial. Nesta técnica, uma câmera é colocada sobre um tubo, o colonoscópio, que é inserido no ânus até o reto. 

O tumor, então, é extraído na sua base, cortando-o por meio da ferramenta de colonoscopia.

Excisão local

A excisão é semelhante à polipectomia, porém, retiram-se pequenos tumores do reto também com o uso do colonoscópio. O câncer é retirado em conjunto com o tecido que o envolve. 

Ressecção transanal local

Técnica também minimamente invasiva e utilizada para a retirada de cânceres em estágio inicial (estágio 1), próximos ao ânus. Geralmente, o procedimento é feito sob anestesia local, sem que o paciente precise dormir. 

A depender do local e do grau de evolução do tumor, a quimio ou a radioterapia podem ser recomendadas como tratamentos complementares, após o procedimento.

Ressecção anterior baixa 

Técnica cirúrgica aberta, ou seja, o paciente tem o abdômen aberto para que o tumor seja removido. Para isso, é necessário utilizar anestesia geral. A ressecção anterior baixa é utilizada para os casos mais graves, como os de grau 2 e 3, localizados na parte mais superior do reto e próximo ao cólon. 

Neste caso, a parte lesionada pelo tumor é retirada e o restante do reto é reconectado ao cólon – ainda na mesma cirurgia ou algum tempo depois. Em alguns casos, pode ser necessário utilizar uma bolsa de colostomia, para dar maior tempo de recuperação ao reto. 

A recuperação do procedimento pode ocorrer em até seis semanas, dependendo do estado de saúde do paciente. Pode ser necessário realizar quimio ou radioterapia antes ou após o procedimento.

Proctectomia com anastomose colo-anal

Esta técnica é utilizada na maioria dos tumores em estágio 2 e 3, localizados no terço médio e inferior do reto. A proctectomia é a remoção total do reto. Por isso, neste caso, conecta-se o cólon diretamente ao ânus (anastomose colo-anal).

Sendo assim, pode ser necessário o uso de colostomia por até oito semanas, até que o local operado se recupere. A técnica também é aberta e com anestesia geral.

Ressecção abdominoperineal 

Usada nos cânceres localizados na parte inferior do reto e naqueles que crescem no músculo esfíncter (responsável pelo movimento de abertura e fechamento do ânus para a saída das fezes).

A ressecção abdominoperineal é voltada, inclusive, para os tumores em estágio 2 e 3, e alguns em estágio 1. A técnica utiliza a abertura da pele do abdômen em uma ou diversas incisões pequenas. 

Em segundo lugar, outra incisão é feita no ânus para a retirada do reto, do ânus e do músculo do esfíncter, além de outros tecidos em volta. Com a ausência do ânus e do reto, é necessário inserir a colostomia permanente (no abdômen) para garantir a eliminação das fezes.

Existem outras técnicas utilizadas para o tratamento do câncer de reto. Converse com o seu cirurgião, para se sentir seguro sobre o melhor método para o seu caso. 

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião em Belo Horizonte!

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